Porcelana ou Cerâmica? Veja as principais diferenças.
Apesar de ambas terem aparência vitrificada, nem todo mundo consegue identificar se um objeto é feito de Porcelana ou cerâmica. Assim, para tentar elucidar, as principais diferenças são:
1- Pelas Matérias primas utilizadas, se diferencia se o produto é porcelana ou cerâmica:
- Cerâmica: Feldspato, argila e sílica.
- Porcelana: Feldspato, argila, quartzo e caulim.
- Obs: Há também a Terracota que utiliza apenas argila
2- Pelo Número de Queimas e temperaturas:
- Cerâmica: apesar da queima ser a alta temperatura, é feita apenas uma única queima a 1150° C
- Porcelana: duas queimas, ou seja, a primeira ocorre a temperatura de cerca de 980° C e a segunda à 1350° C
- Obs: quando as peças de porcelana são coloridas ou têm decoração prata ou ouro, recebem ainda uma terceira queima.
3- Resistência mecânica e absorção de água:
- Cerâmica: a resistência é baixa mas, a absorção é alta (de 6 a 15%)
- Porcelana: a resistência é alta porém a absorção é baixa(menor que 0,5%)
4- Também se diferencia se o produto é porcelana ou cerâmica pela Cor quando crua e sonoridade:
- Cerâmica: creme, som menos vibrante
- Porcelana: branca, som mais vibrante.
- Obs: A Terracota tem cor de tijolo.
5- Quando surgiram a porcelana ou a cerâmica?:
5.1- Cerâmica
A Cerâmica foi inventada no período neolítico – idade sda pedra polida. Assim, as peças de cerâmica mais antigas datam de 24,500 a.C.
De acordo com historiadores, outras importante peças cerâmicas foram encontradas no Japão, há cerca de oito mil anos. Mais ou menos da mesma época, são as peças encontradas no Brasil, na região da floresta Amazônica. Contudo, são peças simples…
De acordo com a capacidade da argila de ser moldada quando umedecida na proporção correta, e de endurecer após a queima, foi possível que ela fosse amplamente utilizada. Assim, no início era destinada ao armazenamento de grãos ou líquidos. Evoluíram posteriormente para artigos mais elaborados, com bocais e alças, imagens em relevo, ou com pinturas vivas. Por esta razão provavelmente passaram a ser considerados objetos de decoração.
Imagens em cerâmica de figuras humanas ou humanóides, representando assim deuses daquele período, também são frequentes. Parte dos artesãos também chegou a usar a argila na construção de casas rudes. Em outros lugares como na China e no Egito, a cerâmica tem cerca de 5000 anos.
Os babilônios e assirios também utilizavam cerâmica com ladrilhos esmaltados em azul, cinza azulado e creme e ainda relevos decorados, no século VI a.C, bem como os persas com sua fabricação de objetos em argila cozida em alto brilho, e das cores obtidas misturando óxidos metálicos, método usado ainda nos nossos dias.
Durante o século XVIII na Europa, trabalhava-se em dois tipos básicos de cerâmicas: a cerâmica dura ou a macia misturada com pasta artificial. A esmaltação industrial teve início no século XIX, por volta de 1830, na Europa Central.
Por muitos anos, as placas cerâmicas foram conhecidas como sinônimo de requinte e luxo. Com o passar dos anos, a indústria cerâmica se desenvolveu com grande rapidez.
5.2- Porcelana
Porcelana muito provavelmente surgiu na China e há mais de mil anos. Em suma, ela nada mais é do que uma variedade de cerâmica dura e branca, podendo ser ou não vitrificada. Ela é delicada, impermeável e fina, leve e brilhante quando esmaltada. A porcelana se distingue de outros produtos cerâmicos, especialmente, da faiança e da louça, pela sua vitrificação, resistência, completa isenção de porosidade e sonoridade. Enfim, ela é feita com argila branca de altíssima qualidade e é queimada por mais vezes e a temperatura mais alta, o que resulta em peças de cerâmica duras, fortes e translúcidas. Sua superfície é bastante lisa, sendo assim o tipo mais caro de cerâmica.
Após a evolução na China, por volta do século XVI, a porcelana obteve grande desenvolvimento na Coréia e no Japão, de onde foi abundantemente importada.
Foram os portugueses quem, pelas suas longas e arriscadas navegações, introduziram nos mercados europeus a porcelana.
Enquanto isso, as técnicas se aprimoram na Inglaterra, Portugal, Espanha e especialmente Alemanha, na Europa, Assim, com a prospecção e seleção de novas jazidas de caulim, no final do século XVIII as peças europeias chegavam à equiparar-se à qualidade da produção oriental.
Conta-se que Luís XVI, o último monarca da França, sempre presenteava as personalidades de outros países com porcelanas de Sévres e tapeçarias de Gobelin, o que aliás, se constituía em propaganda da excelência destes produtos.